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Moradores de Irará manifestaram sua indignação ao portal Falaê Bahia sobre os elevados gastos da prefeitura com a tradicional Lavagem de Irará, evento festivo que, segundo eles, não trará melhorias significativas para a população. A cidade, que sobrevive quase exclusivamente de repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), está sendo alvo de críticas por priorizar investimentos milionários em festas enquanto enfrenta desafios socioeconômicos estruturais.

De acordo com um morador que preferiu não se identificar, "esses gastos excessivos não se converterão em renda para o município, já que a cidade não possui infraestrutura suficiente para receber um volume significativo de visitantes que justifique esse investimento". Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que Irará possui uma população estimada de 28.043 habitantes, dos quais mais de 50% dependem diretamente do programa Bolsa Família para garantir sua subsistência.

Informações exclusivas obtidas pelo portal revelam que, em janeiro/2025, 18.009 pessoas foram beneficiadas pelo Bolsa Família, representando a vulnerabilidade social que permeia o município. Enquanto isso, os gastos com a festa somam cifras impressionantes, chegando a valores que muitos consideram injustificáveis para a realidade econômica local.

Entre os principais custos listados estão:

Cantor Tarcísio: R$ 350.000,00

  • Cantor Tony Salles: R$ 180.000,00

  • Cantor Devinho Novaes: R$ 150.000,00

  • Banda Negra Cor: R$ 75.000,00

  • Banda Psirico: R$ 160.000,00

  • Cantor Jorge Vercillo: R$ 170.000,00

  • Banda Afrodisíaco: R$ 80.000,00

Somando os custos divulgados, o evento ultrapassa R$ 1.700.000,00, valor que, segundo os moradores, poderia ser destinado às áreas de saúde, educação ou infraestrutura. "Queremos que o prefeito Nassara (MDB) mostre compromisso com a gestão dos recursos públicos e priorize o bem-estar da população em vez de investir de forma desproporcional em festas", afirmou um residente da região.

A revolta da população reflete o dilema enfrentado por muitos pequenos municípios brasileiros: como equilibrar tradições culturais e festividades com a necessidade de investimentos em serviços essenciais? Para os habitantes de Irará, a resposta parece clara: é hora de repensar as prioridades.