De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Peregum e pelo Projeto Seta, 81% dos brasileiros acreditam que o país é racista, porém apenas 11% afirmam ter atitudes discriminatórias. O estudo ouviu 2.000 pessoas em 127 municípios brasileiros entre 14 e 18 de abril deste ano.


As denúncias de racismo são mais frequentes entre mulheres pretas e pardas, e homens pretos que ganham até um salário mínimo. Cerca de 66% dos entrevistados afirmaram já ter presenciado algum ataque racista, sendo a violência verbal a mais citada, seguida de tratamento desigual e violência física. A pesquisa também indicou que 65% dos entrevistados consideram justa a criminalização do racismo no país.


Apesar da maioria reconhecer a existência do preconceito motivado por raça, muitos entrevistados afirmaram não reproduzi-lo, o que aponta para a falta de compreensão sobre o racismo ser algo estrutural. A pesquisa também revelou que 79% dos participantes acreditam que abordagens policiais são baseadas na cor da pele, tipo de cabelo e estilo de vestimenta, o que é conhecido como perfilamento racial. Homens pretos entre 16 e 24 anos são considerados os mais vulneráveis a essa prática.


A pesquisa indicou que 74% dos entrevistados são a favor das ações afirmativas ou reservas de vagas para negros (pretos e pardos). Especialistas destacam a importância desses levantamentos para a compreensão do impacto da discriminação racial no Brasil e a necessidade de políticas públicas para valorizar a população negra e combater a desigualdade racial. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os casos de racismo tiveram aumento de 68% em 2022.