A bancada evangélica terá um novo líder, o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), após o recesso parlamentar. A troca de comando com o atual líder, Eli Borges (PL-TO), tem causado receios internos, pois alguns membros temem que a nova gestão seja muito amigável com o governo Lula (PT), o que pode gerar descontentamento entre os bolsonaristas do grupo.
A divisão interna se agravou após um assessor do bloco enviar mensagem a jornalistas informando que os parlamentares evangélicos oficializaram um acordo para Borges e Câmara se revezarem na presidência até o final de 2024, alternando seis meses de mandato para cada um.
A preocupação é que a nova liderança possa reduzir as fricções com o governo petista, com exceção das pautas de costumes. Silas Câmara é considerado um político experiente e mais disposto a adotar uma postura conciliatória com qualquer governo. Ele pertence à família Câmara, que tem grande influência evangélica no Norte do país.
Em seu sétimo mandato, Silas Câmara já chefiou a bancada entre 2019 e 2020, período em que a frente evangélica teve uma relação próxima com o governo Bolsonaro, com inúmeras ações em defesa dos interesses religiosos, incluindo a nomeação de um pastor presbiteriano para o STF.
Silas Câmara afirmou que a relação da Frente Parlamentar Evangélica com o governo será republicana, respeitosa e de diálogo com todos, mas intransigente em relação aos temas de interesse da bancada, como o aborto.
Por outro lado, há membros da bancada que acreditam que não faz sentido serem oposição ao governo Lula apenas para marcar território, defendendo a busca por diálogo e aproximação com qualquer governo.
A divisão interna entre os evangélicos pode trazer desafios à atuação da bancada, mas a maioria dos parlamentares tem responsabilidade com suas igrejas e buscará defender os princípios de sua fé, independentemente do governo de plantão. Enquanto alguns políticos evangélicos ainda se alinham ao bolsonarismo, outros mostram abertura para restabelecer pontes com o governo Lula.
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