O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está encaminhando o processo para tornar Jair Bolsonaro inelegível por um período de oito anos. O motivo seria o uso de seu cargo como presidente para promover uma apresentação a embaixadores, com o intuito de deslegitimar as eleições.
Dos quatro ministros que já votaram até esta quinta-feira (29), três consideraram que o ex-presidente buscou se beneficiar eleitoralmente do evento, atacando pilares da democracia, como a confiança no processo eleitoral. O único voto divergente, do ministro Raul Araújo, argumentou que a conduta de Bolsonaro não teria gravidade suficiente para configurar os ilícitos eleitorais dos quais é acusado.
Durante o encontro, Bolsonaro repetiu mentiras sobre o processo eleitoral e tentou desacreditar ministros do TSE. O evento, transmitido pela TV Brasil e divulgado nas redes sociais do ex-presidente, ocorreu no Palácio da Alvorada.
Ainda faltam três integrantes do tribunal se manifestarem sobre o caso, e a sessão será retomada nesta sexta-feira (30), às 12h. A ação em julgamento gira em torno de um fato incontroverso: a realização da reunião com os embaixadores. A divergência entre os ministros está em avaliar a gravidade desse fato, levando em consideração o impacto qualitativo e quantitativo nas eleições.
Enquanto o ministro Raul argumentou pela não condenação de Bolsonaro, alegando que o discurso não afetou a condução do pleito, outros ministros destacaram a gravidade da conduta, incluindo o uso da estrutura pública para promover um discurso anti-institucional com fins eleitorais. A discussão também envolve a inclusão de elementos externos ao evento, como a minuta golpista encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro Anderson Torres.
O desfecho desse julgamento será determinante para a elegibilidade política de Jair Bolsonaro nos próximos anos, e os votos dos ministros terão um papel fundamental na decisão final.
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