O entregador de aplicativo Leonardo Muniz Soares está enfrentando medo e insegurança para retomar seu trabalho após ser perseguido e ameaçado por um cliente no último sábado (10), na Região Oceânica de Niterói. A situação se desenrolou quando Leonardo se recusou a subir no apartamento de um cliente para entregar um lanche, em conformidade com as regras do IFood que não obrigam os entregadores a realizar a entrega até o apartamento do consumidor.


Leonardo teve uma arma apontada para sua cabeça, o que o levou a entrar com um pedido de medida protetiva na Justiça. A violência sofrida deixou-o com receio de voltar a trabalhar na Região Oceânica, onde possui uma década de experiência como entregador.


Os eventos ocorreram após Leonardo chegar ao Condomínio Viamar, em Várzea das Moças, e solicitar ao porteiro que chamasse a cliente para buscar o lanche na entrada. A destinatária apareceu alterada e se recusou a fornecer o código da entrega, impossibilitando que o entregador confirmasse se o pedido estava pago. Nesse momento, Leonardo decidiu devolver o pedido à lanchonete. O cliente, identificado como Rafael, percorreu 9 km até o restaurante em Itaipu para confrontar o entregador.


Câmeras de segurança registraram o momento em que Rafael sacou uma arma ao identificar Leonardo. A arma teria falhado várias vezes, permitindo que o entregador escapasse ileso. As imagens também mostram a correria dos entregadores presentes no local.


Leonardo registrou a ocorrência na delegacia e solicitou uma medida protetiva na Justiça. Ele espera que a justiça seja feita e que o agressor seja devidamente responsabilizado pelo ato de violência. As autoridades estão investigando o caso, e tanto Rafael quanto sua esposa já foram ouvidos.


Em resposta ao incidente, o IFood reiterou que os entregadores não são obrigados a subir até os apartamentos e afirmou não tolerar o uso da violência. O cliente envolvido foi bloqueado na plataforma, e a empresa garantiu fornecer toda a assistência necessária a Leonardo durante esse período difícil.


Espera-se que esse incidente grave receba a devida atenção e que medidas sejam tomadas para garantir a segurança dos entregadores de aplicativo, que são peças fundamentais na cadeia de entrega de alimentos e merecem um ambiente de trabalho seguro.